Oclusão percutânea de canal arterial
O que é o canal arterial?
O canal arterial é uma estrutura extra-cardíaca (fora do coração) que conecta a aorta (grande vaso que leva sangue oxigenado do coração para o corpo todo) às artérias pulmonares (vasos que levam sangue com pouco oxigênio para o os pulmões).
O canal arterial é essencial para a nossa vida intrauterina, mas normalmente se fecha após o nascimento. Quando ele não fecha após o nascimento, dá-se o nome de persistência do canal arterial, condição presente em até 7% das más-formações cardíacas, que costuma cursar com aumento do fluxo sanguíneo para os pulmões e levar ao aumento do tamanho do coração, causando sintomas como cansaço, ganho de peso inadequado e infecções respiratórias de repetição. O diagnóstico costuma ser clínico, com a ausculta de “sopro” no coração pelo pediatra e é confirmado pelo ecocardiograma (ultrassom do coração). A longo prazo leva ao aumento da pressão das artérias pulmonares e consequentemente ao aumento da resistência ao fluxo sanguíneo pulmonar. Nas situações com resistência vascular pulmonar alta, se nota diminuição da saturação de oxigênio (oxigenação do sangue) e pode aparecer cianose dos lábios (arroexeamento), tornando proibido o fechamento do canal arterial, seja por cirurgia ou cateterismo.
Por que a necessidade da Oclusão?
O fechamento percutâneo do canal arterial é um tratamento seguro, eficaz e na maioria dos casos é a terapia padrão ouro. É realizado sob anestesia geral. A técnica consiste, geralmente, na punção da artéria e da veia femorais, medidas de pressões e injeção endovenosa de contraste. Em seguida, é implantada a prótese adequada que oclui o canal arterial. É realizado curativo compressivo no local da punção (virilha). Normalmente, o paciente não necessita de repouso na UTI e recebe alta hospitalar em 24 horas, após a realização do ecocardiograma transtorácico, confirmando a adequada posição da prótese.
Importante salientar, que persistência do canal arterial tem cura. Uma vez realizado o fechamento pelo cateterismo, o paciente pode ser considerado curado e a longo prazo não necessitará de novas intervenções ou uso de medicações, bem como poderá ter uma vida normal, livre de restrições. A prótese é radiopaca, portanto será vista em exames de imagem como radiografia de tórax, tomografia ou ressonância magnética de tórax.